sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lançamento da série DOCTV IV


O Governo do Acre, por meio da TV Aldeia e Fundação Elias Mansour, e a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Acre (ABDeC/AC) lançam a série DOCTV IV na próxima quinta-feira, dia 4, na Praça da cabeceira da Passarela Joaquim Macedo, a partir das 19 horas. O primeiro documentário a ser exibido é O Mergulho de Sílvio Margarido, vencedor da última edição do projeto.

Sinopse
O rio Acre é o protagonista do documentário O Mergulho, por meio de suas múltiplas representações presentes nos personagens que com ele se relacionam. Seja por meio do olhar daqueles que dele sobrevivem ou daqueles que nele tentam tirar suas vidas, o rio acompanha em suas margens a história de Rio Branco e seus moradores.

O Mergulho foi o vencedor acreano da quarta edição do DOCTV, Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro. Uma realização da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, ABEPEC (Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais), Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e Empresa Brasil de Comunicação (TV Brasil), com o apoio da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas, ABD.

Sílvio Margarido
Diretor, roteirista e produtor de diversos documentários e curtas-metragens de ficção. Também é poeta e músico.

Série DOCTV IV
A iniciativa conta com 55 documentários que participaram do DOCTV IV e serão exibidos na TV Aldeia sempre as sextas-feiras, a partir das 21h30.

* com informações de SuramaChaul - Coordenadora do DOCTV no Acre

+info: Praça da cabeceira da Passarela Joaquim Macedo - Segundo Distrito

Programação de sábado e domingo da Bienal


SÁBADO – 30 de MAIO


9 às 20 horas
Hall do Mira Shopping – Exposição de Artes Plásticas
Chico Mendes segundo Rivasplata.

14 às 17 horas
Tenda Bolha – Comunidade Digital
Oficina de WebRádio. Público Alvo: a partir de 16 anos


16 às 18 horas
Filmoteca da Biblioteca Pública Estadual – Mesa Redonda
O Livreiro Arthur Jerosch.


19 horas
Anfiteatro da Praça da Revolução – Recitais Bienal da Floresta
Língua de Sogra, com Alexandre Anselmo, Dom Carlos, Fernando Monte e Virgínia Villanova.

DOMINGO – 31 de MAIO

9 às 20 horas
Hall do Mira Shopping – Exposição de Artes Plásticas
Chico Mendes segundo Rivasplata.

9 às 12 horas
Filmoteca da Biblioteca Pública Estadual – Mesa Redonda
A política de leitura dos Sistemas de Cultura e Educação do Acre.

14 às 17 horas
Tenda Bolha – Comunidade Digital
Oficina de WebRádio. Público Alvo: a partir de 16 anos

15 às 18 horas
Filmoteca da Biblioteca Pública Estadual – Mesa Redonda
A Integração do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas com as Bibliotecas dos Sistemas Estadual e Municipal de Educação.

17 às 18 horas
Anfiteatro da Praça da Revolução – Recitais de Poesia
Recital de Poesia.

17 às 18h30
Tenda Bolha – Comunidade Digital
Oficina de Agaquê. Público Alvo: Crianças de 07 a 14 anos

19 horas
Filmoteca da Biblioteca Pública Estadual – Cinema / Literatura
Macunaíma, Direção: Joaquim Pedro de Andrade.

19 horas
Anfiteatro da Praça da Revolução – Recitais Bienal da Floresta
Quinteto de Clarinetes e Percussão, com Anselmo Felix, Carlos Antônio, José Everaldo, Marcone Ricardo, Tiago Souza e Wendel Gomes.

Agir, reagir e interagir


*Por Francisco Gregório Filho
Meus avós, já próximos dos 90 anos de idade, decidiram ampliar suas atividades culturais, constituindo um grupo de contadores de histórias. Nomearam o grupo de Lendo e Contando. O grupo é formado por meu avô, minha avó e mais oito amigos vovós e vovôs.

A proposta do grupo é a de ler e contar histórias para crianças, jovens e adultos inclusive, os grupos chamados da “melhor idade”. Essas leituras e essas contações de histórias acontecem em espaços dos mais diversos, tais como bibliotecas, escolas, universidades, clubes, centros comunitários, casas de leitura, hospitais e clinicas e até em casas das famílias moradoras nos bairros da cidade.

O grupo desenvolveu a formação de um repertório para todos os gostos, bastante plural, uma escolha generosa. Um acervo iniciado com as lendas, os mitos, os romances, as fábulas, os contos populares, os contos autorais, poemas e os ritos de passagem.

Esses meus avós destacaram do livro Conversando sobre Educação em Valores Humanos, Editora Peirópolis, da escritora Marilu Martinelli, o seguinte trecho:

“A educação em valores humanos utiliza as histórias e os mitos porque evocam espontaneamente do interior da criança a admiração e a identificação com os valores e virtudes que eles personificam”.

“Os mitos, símbolos e imagens que aparecem nas histórias, narrativas e lendas incentivam-nos a olhar para dentro de nós mesmos e encontrar nosso verdadeiro self. Por isso, são forças mobilizadoras positivas que ajudam a construir a própria biografia.”

“Nos relatos dos heróis mitológicos está bem presente a busca em todas as etapas de cada aventura. Isso convida para a auto afirmação e uma participação ativa na vida.O herói enfrenta desafios e entra no desconhecido e geralmente encara o que mais teme. Isso facilita o enfrentamento do lado escuro da personalidade, os defeitos e erros. O herói vence os obstáculos que surgem porque acredita em si mesmo e na intervenção divina. Ele supera seus limites e sempre sai da aventura transformado em alguém melhor, mais livre e feliz. Desse modo, as crianças e os jovens descobrem potencialidades nela mesma e se capacita a efetuar mudanças nas convicções e no comportamento.”

“O ensinamento através das narrativas é atemporal, a transmissão oral tem a qualidade de poder ser empregada conforme a oportunidade.É eficiente para despertar o encantamento e a alegria. Daí, as crianças e os jovens podem se tornar menos violentos porque abrem o coração e adquirem esperança. Reconhecem suas possibilidades vendo que seres realizados e admirados tinham defeitos e dúvidas e os superaram. Vivendo os valores mesmo em ambiente hostil, eles também serão capazes dessa façanha.”

Um dia o Grupo Lendo e Contando foi a uma escola. Os narradores contaram histórias sobre os ritos de passagem para um auditório lotado de jovens, em uma escola formadora de professores, chamada ainda por minha avó de Escola Normal. Ritos de nascimento, da infância, da puberdade, de agregação, de separação e de marginalização. As jovens ficaram movidas com as histórias. Falaram como nunca, foi uma festa. Anotaram a bibliografia das histórias contadas e não cansaram de beijar vovô, vovó e seus companheiros de grupo. Quando estavam saindo, uma das alunas pediu para falar com vovó em particular.

Num canto da sala, vovó ouviu a história da moça, muito bonita, que estava cursando a segunda série ali na escola. Sonhava um dia ser professora, morava com os pais, que eram pobres, e estava precisando de um conselho. Queria que minha avó a auxiliasse a tomar uma decisão. Vovó, então, ouviu seu caso: engraçara-se por um dos professores. Ele era casado, tinha filhos, era moço, charmoso e muito sedutor. Professor conceituado na escola, levara a moça algumas vezes a um motel dos arredores e a engravidara.

Estava ela ali, diante da minha avó, já com o resultado do exame nas mãos. Vovó, então, perguntou-lhe se ela já o havia procurado para uma conversa. Ela disse que sim. “E então?”, perguntou vovó. Ele lhe dera um cheque e pedira que se virasse para tirar a criança, a solução seria abortá-la. Vovó perplexa pediu o nome do professor, a moça hesitou, minha avó a acalmou, não faria nada demais, seria apenas uma conversa com o “grande mestre”. Ela ligou para o professor e já marcaram uma conversa para o mais breve possível. Uma conversa entre os três, a moça, o professor e vovó.

Estamos preocupados com esse envolvimento de minha avó, mas sabemos que esse tipo de coisa é inevitável e que ela terá sabedoria para conduzir o encontro de forma tranqüila, a fim de tomarem decisões sensatas. O que vovó não perdoou a respeito do professor foi a transferência da questão exclusivamente para a moça, a imposição de que ela a enfrentasse sozinha. O professor também tem que participar, acompanhar, conversar, ser parceiro. É... essa é a minha avó. Que ainda comentou sobre a ética profissional do tal professor e essas questões mais complexas e dos valores humanos.

* Contador de histórias
** retirado do jornal Página 20

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural - Edital nº 2/2009

Para viagens em julho e agosto, inscrições até 31 de maio

O Ministério da Cultura divulga o segundo edital de 2009 do Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural, que cobrirá as viagens a se realizarem de julho de 2009 a abril de 2010, para as quais serão disponibilizadas, no total, R$1,9 milhão, do Fundo Nacional da Cultura (FNC). O programa se destina a artistas, técnicos e estudiosos da área cultural, convidados a participar de eventos fora do seu local de residência, para apresentar trabalho próprio, fazer residência artística ou curso de capacitação de profissionais da cultura. O evento deve ser promovido por instituição brasileira ou estrangeira, de reconhecido mérito, desde que não seja apoiado ou realizado pelo Ministério da Cultura, ou por uma de suas instituições vinculadas.

As inscrições variam de acordo com o mês em que se realizará a viagem (ver calendário abaixo). Para julho e agosto, seguem até as 23h59 do dia 31 de maio, devendo o interessado preencher o cadastro. Em Brasília, os interessados que não tiverem acesso à internet podem se encaminhar à sede do MinC na Esplanada dos Ministérios, bloco B, 1º andar, Divisão de Atendimento ao Proponente/SEFIC, onde será disponibilizado, das 8h às 18h de segunda a sexta-feira (exceto feriados), computador para inscrição.

É possível anexar documentos comprobatórios do currículo, ou outros tipos de material (artigos publicados, portifólio etc) que o candidato julgar relevantes para a análise. Podem se inscrever pessoas físicas, grupos ou entidades culturais privadas e sem finalidade lucrativa, cujas candidaturas serão divididas em solicitações de grupo e solicitações individuais, que concorrerão separadamente. Apenas no caso destas últimas poderão ser apresentados pedidos com vistas a residência artística ou curso de capacitação de profissionais da cultura.

Mudanças e critérios - No tocante aos critérios para atribuição de pontos, houve algumas modificações. No intuito de fortalecer a disseminação das ações culturais no interior do país, além da bonificação de 0,5 às candidaturas originárias de fora de Brasília e das capitais estaduais, também dela se beneficiarão aquelas destinadas a eventos a se realizarem fora das referidas localidades.

Em observância às políticas públicas do Governo Federal, também receberão um bônus de 0,5 as encaminhadas por comunidades tradicionais, incluindo: povos indígenas, quilombolas, ciganos, povos de terreiro, irmandades de negros, agricultores tradicionais, pescadores artesanais, caiçaras, faxinalenses, pantaneiros, quebradeiras de coco babaçu, marisqueiras, caranguejeiras, ribeirinhos, agroextrativistas, seringueiros, fundos de pasto, dentre outros grupos.

A bonificação de um ponto aquelas destinadas à participação em eventos a ocorrerem na América do Sul ou na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) permanecerá.

Os critérios a serem considerados na avaliação serão os seguintes: relevância do evento e da instituição promotora para a área cultural da atividade desenvolvida; adequação do histórico de atuação do candidato ao trabalho ou estudo proposto; relevância da atividade a ser realizada/desenvolvida para a área cultural em que se insere; caráter inovador ou experimental da atividade; contribuição para a difusão e a valorização das expressões culturais brasileiras; intercâmbio e apropriação de tecnologias e conhecimento e troca de experiência. Cada item vale até 5 pontos, e a pontuação mínima para classificação é 16.

Confira o edital:

Edital de intercâmbio nº 2/2009


Calendário de inscrições:
Data das viagens previstas e prazo para encaminhamento das solicitações:
Julho - até 31/5/2009
Agosto - até 31/5/2009
Setembro - até 30/6/2009
Outubro - até 31/7/2009
Novembro - até 31/8/2009
Dezembro - até 30/9/2009
Janeiro de 2010 - até 31/10/2009
Fevereiro de 2010 - até 3 0/11/2 0 0 9
Março de 2010 - até 20/12/2009
Abril de 2010 -até 20/12/2009

* retirado do site do MINC - http://cultura.gov.br

terça-feira, 26 de maio de 2009

Heloy de Castro e a sua Revolução Amada


Revolução Amada é o título do quinto álbum de Heloy de Castro (cantor, compositor e instrumentista) e também do seu espetáculo que marca a segunda edição do Acústico em Som Maior 2009. O show vai celebrar juntamente com o público os 39 anos de carreira do artista nesta terça-feira, dia 26, no Theatro Hélio Melo, a partir das 19h30.

Segundo Heloy, o CD demorou cinco anos para ser concluído e nesse período foi possível incluir participações especiais de vários músicos que de alguma forma fizeram parte de sua história. Por essa razão, este trabalho marca o término de um ciclo em sua carreira e o início de vários outros projetos e sonoridades.

É dele também a iniciativa e gestão do Espaço Alternativo Palhukas, que criou para fortalecer o movimento musical da cidade, dando voz aos artistas que buscam um lugar para mostrar seus trabalhos.

Revolução Amada
Oração do Látex Derramado, Acre Syndicate, Seringal Remanso, Aqui Era O Meu Lugar, Última Ceia, Phoudon Phodeu, Bom Destino, O Fio da História e Beatriz são algumas das canções presentes no setlist do músico. As participações especiais ficam por conta de Andrelino Caetano, Narciso Augusto e Clenilson Batista.

O time de peso que acompanha Heloy de Castro durante o show é composto por Baiano (percussão), Gabriel Kerchiner (violão de 12 cordas), Écio Rogério (violão solo), Clevisson Batista (baixo), Rosimar Brilhante (teclado), João Veras (flauta transversal) e Maximo (violoncelo). A direção de palco recebe a assinatura de Roberto Bala (filho de Heloy), com iluminação de Mayk Vasconcelos e som de Biau Som.

Revolução Amada vai ser apresentado ainda nos dias 2 e 9 de junho no mesmo horário e local. Mais informações acesse http://acusticoemsommaior.blogspot.com

+info: Theatro Hélio Melo - Av. Getúlio Vargas, S/N - Centro - Tel.: 3224-2133 - Ingressos a R$ 5 reais e R$ 2 reais com apresentação da carteira de estudante - Realização Governo do Acre/FEM

Ilo Krugli em bate papo com alunos de artes cênicas da UFAC


O diretor teatral e artista plástico Ilo Krugli, diretor do Grupo de Teatro Ventoforte, é o terceiro convidado do Projeto de Extensão “Conversas de Bastidores: o Teatro em Cena” da Universidade Federal do Acre. O evento acontece nesta terça-feira, dia 26, na Usina de Arte João Donato, a partir das 10 horas, com uma palestra seguida de debate para alunos e professores do Curso de Artes Cênicas e demais interessados. No assunto poderão entrar em contato com a trajetória artística e o pensamento de um dos mais importantes nomes do teatro brasileiro.

O Projeto de Extensão “Conversas de Bastidores: o Teatro em Cena” foi iniciado em março, e graças à parceria da UFAC com a Federação de Teatro do Acre (FETAC) e com a Usina de Arte João Donato, vem conseguindo realizar encontros com importantes artistas do teatro, onde os palestrantes têm podido passar um pouco de sua experiência ao público presente. O projeto foi inaugurado com o professor e diretor teatral peruano Manuel Guerrero e o segundo palestrante convidado foi o teatrólogo cubano Eberto García.

* e-mail enviado por Ágatha Lima - acadêmica de Artes Cênicas da UFAC

+info: Usina de Arte João Donato - Av. das Acácias, n° 1 - Distrito Industrial - Contato: Flávio -9981-7046

sábado, 23 de maio de 2009

Espetáculos do Festival Ventoforte de Teatro


Neste domingo encerra a temporada dos espetáculos "A Centopéia e o Cavaleiro" e "Se o Mundo Fosse Bom o Dono Morava Nele" do grupo de teatro Ventoforte. O primeiro vai ser apresentado no Teatro Plácido de Castro, às 18 horas, direcionado para o público infantil com duração de 1h40 e o segundo na Usina de Arte João Donato, a partir das 21 horas, voltado para o público adulto com 2h10 de apresentação.

A Centopéia e o Cavaleiro

Texto e direção de Ilo Krugli

Atores retirantes, como caboclos que seguem sua trajetória de vida, contam a história de uma centopéia que, dando ouvidos a vários bichos, é convencida de que não precisa de cem patinhas para andar pelo mundo. Ela permite que amarrem suas patinhas até que fica, por sugestão de uma cobra, sem nenhuma pata para andar, se transformando numa Zeropéia.

Depois, desiste dos conselhos dos bichos e de outros mortais, escutando a si mesmo e percebendo que é sim uma centopéia, aventura-se a conhecer uma grande cidade, onde encontra outros bichos e se defronta com outros problemas. Lá ela encontra uma estátua de um cavaleiro, o Filho do Pai da Pátria (São Jorge), e o ajuda a dividir suas riquezas entre os mais necessitados da cidade.

Se o Mundo Fosse Bom o Dono Morava Nele
Texto e direção de Ariano Suassuna Dramaturgia e direção de Ilo Krugli

O Mamulengo do Cheiroso vai apresentar o maior espetáculo teatral do país, assim que os atores chegarem, pois estão atrasados assistindo a gravação do último capítulo de "Auto da Compadecida" no fim da rua. Finalmente tem início a peça, e no 1º ato, Benedito, arma um plano contra os valentões da cidade Cabo Rosinha e Vicentão Borrote, para ficar com Marieta, moça cobiçada por todos da cidade, mas perde a disputa para Pedro, um caminhoneiro ex-namorado de Marieta.

Em "o caso do novilho furtado", 2º ato da peça, Benedito, livra o amigo Mateus da cadeia que foi acusado injustamente pelo fazendeiro explorador Vicente Gabão de roubar seu novilho. Mas quem será o verdadeiro ladrão? O 3º ato se passa no céu e o próprio Cheiroso, dono do mamulengo, representa o Cristo que vai ser julgado pelos personagens populares e questioná-los se vale a pena voltar para a terra e viver a vida tão sofrida.

+info: Teatro Plácido de Castro - Av. Getúlio Vargas, 2703 - Bosque – Tel.: 3224-6890 | Usina de Arte João Donato - Av. das Acácias, n° 1 - Distrito Industrial - Tel: 3229-6892/6900 | Ingressos a R$ 5 reais e R$ 2,50 com apresentação da carteira de estudante | Realização do Governo do Acre/FEM

Pré-oficina do Ponto Brasil


O Ponto Brasil promove em Rio Branco a "Pré-oficina do Ponto Brasil" que é voltada para produtores ligados ao audiovisual. As atividades começam neste domingo, 24, desenvolvidas na sala de vídeo do Sesc/Centro das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas e terminam na segunda-feira com horário das 8 às 12 horas. O objetivo é discutir a metodologia para produção de coteúdo para a TV Pública.

Ponto Brasil
O programa é uma construção coletiva de produção de conteúdo para TV Pública (hoje TV Brasil). Pontos e Pontões de Cultura e produtores audiovisuais discutem a construção do Ponto Brasil desde o final de 2007. O projeto traz na sua essência o método de produção colaborativa como forma de produzir conteúdo para a TV pública. Ou seja, do começo ao fim, os pontos de cultura e grupos associados participam da discussão e produção de conteúdo coletivamente.

Atualmente o trabalho está voltado para criação de uma nova dinâmica de produção de conteúdo para a televisão, por meio de um método colaborativo de organização de conteúdo e de produção. Isso só é possível por meio do engajamento dessa grande rede colaborativa, composta por cerca de 100 pontos.

O Ponto Brasil promove também a produção de conteúdo online (internet) e presencial (oficinas de realização) de 26 programas de 26 minutos cada, com um tema para cada um.

+info: Janaina Rocha - Coordenadora do programa
janainarocha@tvbrasil.org.br
(61) 2107-1667 ou (61) 8111-9313
Site - www.tvbrasil.org.br

Camundogs encerra seqüência de shows acústicos com casa cheia e aplaudidos de pé


Por Jackie Pinheiro
É certo que o alimento do artista é o reconhecimento de público e de crítica, mas nesse item o Acre ainda está mal servido. Temos excelentes artistas, mas não temos resenhistas. Já que este é o quadro atual, vou ousar, com a cara e a coragem e na intenção de contribuir com a cena cultural acreana, tecendo alguns comentários acerca do show, munida apenas de uma forte sensibilidade para a arte e a vontade de dizer o que ainda não foi dito. Quisera eu entender de música para poder produzir uma resenha à altura do talento e da maturidade musical do grupo Camundogs, que finalizou sua ruidosa participação na sexta edição do projeto “Acústico em Som Maior” realizado pela Fundação Elias Mansour, na terça-feira, 19, no Theatro Hélio Melo, com casa cheia.

Se há uma palavra que possa definir o show da banda na temporada Acústico em Som Maior, certamente ela é “profissionalismo”. Com 11 anos de estrada e contando com músicos do quilate de Aarão Prado (voz), Marxson Henrique (teclado e piano), Raimundo Neto (bateria), João Paulo (baixo), Chico Mouse (violoncelo) e do guitarrista Gilberto Lucas, muito à vontade (embora a contragosto) no violão, a banda fez uma apresentação carregada de carisma e competência. Abro aspas para o contragosto do guitarrista: “Calvário para o guitarrista? Nem tanto. As impacientes pernas do roqueiro em parte delatavam sua vontade de estar fazendo os costumeiros solos na guitarra, mas também demonstravam sua empolgação com o resultado do trabalho”.

Para completar o time, o produtor musical da banda, André Dantas (teclados), renomado músico acreano, somou e ampliou ainda mais o alto nível sonoro do espetáculo, composto por músicas do EP “In...dependente”, lançado oficialmente naquela noite com músicas autorais, e do DVD "Acústico & Plugado", gravado em 2007.

A primeira impressão é a que fica
Abertas as cortinas, a impressão que tive foi a de que estava na gravação de um daqueles shows acústicos gravados pela MTV que a gente vê na televisão. A atmosfera do palco era sóbria, com luz precisa, cenário eficiente, sete músicos (Sete? Yes, seven! Uma coisa meio Titãs) sentados usando roupas escuras, cada um com seus instrumentos. À exceção de Aarão, munido apenas pela voz, que talvez seja o maior instrumento da banda. Definitivamente, ele é dono de um timbre de voz incomum e que agrada os ouvidos mais exigentes. Mas vamos ao show... Aarão abriu o set com a música Em Paz, seguida por Delicadas Formas de Ironia.

Poltrona especial para convidado Heloy de Castro, um dos ídolos da banda

Na seqüência, a participação de Heloy de Castro na música O Termo, citado como referência da banda, teve direito a dueto com o vocalista Aarão Prado e poltrona especial para o convidado. Muito aplaudido, Heloy – que é o próximo a se apresentar no projeto Acústico em Som Maior - deixou o palco juntamente com os músicos Marxson, Raimundo Neto e João Paulo, para um momento tão intimista quanto aguardado: a apresentação da nova música da banda, chamada “¼”.

Isso mesmo! O nome da música é um número fracionado! A melancolia que permeia a nova música é um dos mais belos momentos do show. Letra e melodia são extremamente coerentes onde a instrumentação mostra-se competente e de agradável sonoridade proporcionada pelos belos solos do cellista Chico Mouse e do pianista André Dantas, com uma generosa amostra do talento e da extensão vocal de Aarão.

Hora de voltar à formação inicial. Com todos os músicos no palco, o show segue com uma brilhante adaptação de Diga lá, Rapaz!, no melhor estilo rockabilly, sugerida por André Dantas durante os ensaios e aprovada pela banda. Cá embaixo, os Camundogs faziam a música de Tião Natureza, enquanto o autor do sucesso da década de 80 abençoava lá de cima. Com certeza aprovava o que via e ouvia!

O show com 11 músicas e pouco mais de uma hora de duração prosseguiu com a canção Um Som, seguida de Contraponto, composta pelo líder da banda em homenagem a sua mãe, que compareceu pela primeira vez a um show da banda na segunda apresentação do projeto. A música seguinte foi Something. Ora, não poderia faltar “aquele momento” Beatles! Afinal, todo roqueiro que se preze teve influência dos rapazes de Liverpool. E para isso os roqueiros da Camundogs optaram por apresentar a música com os arranjos originais já conhecidos do público.

André Lima, o vocalista da banda Capuccino Jack. Voz marcante e grande presença de palco

Se no início do show, a banda se valeu da experiência do veterano Heloy de Castro, no final contou com a densa e visceral performance do “baby face” do rock acreano André Lima, em Depois da Tarde. Com voz marcante e grande presença de palco, o vocalista da Capuccino Jack dá provas que a nova geração do rock não está pra brincadeira. Ao final agradeceu o convite de dividir o palco com os músicos e arriscou algumas palavras a mais, porém a emoção não permitiu que as mesmas aparecessem numa seqüência lógica. Resolveu, então, definir o show com uma palavrinha impublicável, obviamente arrancando gargalhadas da platéia. “Galera, o showt tá f....”, resumiu.

Ufa! Hora de relaxar um pouco... Foi realmente uma “viagem” ouvir Aarão Prado cantando a música Viagem, da banda Mapinguari Blues, muito bem acompanhado pela entusiasmada platéia, que cantou em coro todos os versos. É a programação da Rádio Aldeia rendendo bons frutos!

Hora de fechar as cortinas! Que pena...

Fim do show com muitos aplausos e pedidos de bis

E tendo como ressonância um coletivo “ahhhh!” do público presente, foi que Aarão anunciou o fim da temporada acústica com a derradeira música do espetáculo - Sessão da Tarde, embora os ponteiros do relógio já passassem das 21h. Ao final, durante os extensos agradecimentos a todos que ajudaram no projeto, um momento de descontração. O baixista João Paulo pediu a palavra e disse que tinha um recado final. Tentando imitar voz de criança disse que “queria mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você”, arrancando gargalhadas e aplausos da platéia. E foi com esse espírito alegre que as cortinas se fecharam.

Eu diria que a Camundogs surpreendeu o público presente. Não houve falhas que pudessem ser percebidas - além da emoção sentida em alguns momentos na estremecida voz de Aarão -, mas isso era apenas um detalhe frente à genialidade do espetáculo. Enfim! A banda estava muito à vontade no palco e fez um excelente trabalho, mostrando sintonia entre os integrantes, arranjos criativos e boa postura de palco, que seduziram o público. Com músicos deste naipe, não tinha como ser diferente, não é mesmo? Foi um show irrepreensível que mostra a nova fase, mais profissional e cada vez mais sólida, em que se encontra a música “in... dependente” acreana. Valeu muito ter assistido e com certeza o público ficará no aguardo de novo show. Que venham os próximos!

Além disso, muita gente comentou positivamente a respeito da qualidade do som e da luz, achando que fossem técnicos de fora, mas não! Eram acreanos mandando muito bem. As luzes, feitas por Mayk Vasconcelos e Saulinho Machado estavam perfeitas, nas cores, no tempo e na intensidade, e eram complementadas pelo som cristalino assinado por Beto Dantas, permitindo à platéia sentir o espetáculo por inteiro, em cada nota tocada e cantada pelos músicos.

Devo e quero destacar ainda o trabalho impecável de guerreiros como o diretor geral do espetáculo Alexandre Nunes, o diretor musical André Dantas e o produtor Tácio Júnior. A música local também não sobreviveria sem a persistência quase poética desses caras. A produtora Esfera Produções, velha parceira da banda, também estava presente registrando o show para, futuramente, transformá-lo em DVD. Enfim, a carreira da banda está de vento em popa e novos projetos virão. Agora é esperar o próximo convite! Enquanto isso o público pode ir curtindo as músicas do EP “In... dependente” e do DVD gravado em 2007. A Camundogs agradece.

Espero que esta despretensiosa resenha instigue o surgimento de resenhistas e críticos de música no Acre para acompanhar e contribuir com o trabalho crescente dos artistas da terra.

As fotos são de Talita Oliveira
+ no endereço www.flickr.com/talitaoliveira
Agradecimentos: Tiago Juruá

quinta-feira, 21 de maio de 2009

7ª Semana de Museus


O site Agência de Notícias disponibiliza a parte interna do folder da 7ª Semana de Museus que mostra a programação completa. Quem estiver interessado em conferir e até mesmo imprimir o material para acompanhar as atividades é só clicar aqui.

Tributo a João Donato no Sesc/Centro


Gustavo Ribeiro e convidados celebram os 60 anos da carreira de um dos maiores músicos do país, promovendo um passeio pelo universo do samba com o "Tributo a João Donato". O espetáculo faz parte do projeto Botequinta a ser realizado nesta quinta-feira, dia 21, no Sesc/Centro, a partir das 19 horas.

Donato dedica doses generosas do seu talento para a música desempenhando o papel de instrumentista, compositor e arranjador. Este músico acriano colocou o Brasil em evidência ao lado de grandes nomes como Tom Jobim, Sérgio Mendes e João Gilberto pela sonoridade inovadora que produziram na época e que até hoje é tida como referência para várias gerações no mundo inteiro: a Bossa Nova.

O evento agrega também uma exposição coletiva de artes plásticas, uma mostra de livros e a exibição de vídeos. A realização é do Sesc/Centro e a entrada é gratuita.

+info: Botequinta - Sesc/Centro - Avenida Brasil, 173 - Centro - Tel.: 3212-281
Site do Sesc/AC aqui | músico João Donato aqui

Oficinas culturais

A Bienal da Floresta do Livro e da Leitura vai ser realizada de 29 de maio a 7 de junho de 2009 na Praça da Revolução envolvendo atividades com escritores de todo o Brasil e exposição de editoras. Além disso, o público vai poder interagir também com as oficinas culturais que fazem parte da programação. As inscrições estão abertas até a próxima terça-feira, dia 26, e os interessados devem procurar a Biblioteca Pública Estadual para ocupar as 40 vagas que estão disponíveis para cada curso. O evento é uma ação do Governo do Acre.

Criação Literária com Raimundo Carrero
Dias: 29 a 31 de maio
Horário: 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas
Local: auditório da Prefeitura Municipal de Rio Branco

Editoração de Livros com Antonio Roberto Bertelli
Dias: 1º e dia 2 de junho
Horário: 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas
Local: auditório da Prefeitura Municipal de Rio Branco

Produção e Difusão da Cultura: a utilização de espaços tradicionais e das novas mídias com Nelson Patriota
Dias: 3 e 4 de junho
Horário: 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas
Local: auditório da Prefeitura Municipal de Rio Branco

Literatura e Cinema com Fernando Monteiro
Dias: 2, 3 e 4 de junho
Horário: 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas
Local: Theatro Hélio Melo

Literatura Infanto-juvenil com Luiz Galdino
Dias: 4 e 5 de junho
Horário: 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas
Local: Teatro de Arena do Sesc/Centro

Histórias em Quadrinhos com Cláudio Oliveira
Dias: 5 e 6 de junho
Horário: 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas
Local: auditório da Prefeitura Municipal de Rio Branco

+info: Biblioteca Pública Estadual - Av. Getúlio Vargas, 389 - Centro - Tel.: 3223-1210 - Horário de atendimento: segunda a sexta-feira das 8 às 21 horas, aos sábados das 10 às 21 horas e aos domingos das 16 às 21 horas

FETAC disponibiliza projetos na área das artes cênicas

Dramaturgos, grupos de teatro e produtores ganham oportunidade para exporem seus trabalhos

*Por André Lima
A Federação de Teatro do Acre é uma entidade cultural, sem fins lucrativos, que instiga a formação de grupos de teatro. Atualmente a FETAC tem representação nos municípios de Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Porto Acre, Xapuri, Brasiléia, Senador Guiomard, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, onde executa um trabalho junto da classe artística para fortalecer a idéia da criação de espetáculos em todo o Estado.

Segundo os membros da Federação, o principal papel que desenvolvem é promover a inclusão social oferecendo a implementação de cursos e oficinas de formação para atores, produtores, cenotécnicos e outras pessoas que estejam envolvidas na concepção de um espetáculo. Esse processo serve como base para que se conquiste um modelo de auto-gestão que vai ajudar no produto final durante a montagem e na própria apresentação de uma peça. Por esse motivo eles lançam dois projetos voltados ao público que atua na esfera das artes cênicas.

Concurso de Autores de Peças Teatrais do Acre
O “CAPETA” é voltado para estudantes do ensino fundamental, médio e superior, artistas, jornalistas, escritores, professores e comunidade em geral que residam a pelo menos dois anos no Acre e sejam brasileiros. O objetivo é selecionar um texto nas categorias infantil e adulto que devem atingir no mínimo 30 minutos de leitura dramatizada. A premiação para o 1º colocado nas duas categorias é de R$ 1 mil reais para cada um, já os classificados em 2º e 3º lugar, em ambos os grupos, receberão certificados de honra ao mérito pela participação no Concurso. As inscrições encerram no dia 1º de junho deste ano.

Festival Estadual de Teatro em Cena 2009
O “FETAC em Cena 2009” visa o estímulo de produções dentro das artes cênicas no Acre, destinado a grupos ou companhias de teatro amadoras e profissionais que poderão participar sem a necessidade de competição nas modalidades infantil, adulto, teatro de rua, circense, performances, esquetes e intervenções teatrais. Os interessados tem até o prazo final para efetuarem suas inscrições que encerra no dia 30 de julho de 2009.

Programação
A abertura oficial e premiação do CAPETA será no dia 21 de agosto deste ano. Neste mesmo dia começam as apresentações dos espetáculos teatrais que vão até o dia 27 do mesmo mês e paralelo a isso, nos dias 22 a 27, serão realizadas oficinas, seminários e palestras. O término das atividades será com a 9ª edição do Congresso Acreano de Teatro (CATA) nos dias 28 e 29 de agosto. A realização é do FETAC com financiamento da Prefeitura Municipal de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil (com recursos do Fundo Municipal de Cultura e Lei Municipal de Incentivo à Cultura) e do Governo do Acre, através da Fundação Elias Mansour.

+info: As inscrições devem ser realizadas na sede da Federação de Teatro do Acre - FETAC - Rua Floriano Peixoto, 970 – Centro – Tel.: 3223-9725 | e-mail: novofetac@yahoo.com.br

* escrito com base no blog do FETAC

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Prêmio de Apoio a Pequenos Eventos Culturais

*retirado do site do MINC
O Ministério da Cultura (MinC), representado pela Secretaria de Programas e Projetos Culturais (SPPC), recebe, até 30 de maio, inscrições para o Prêmio de Apoio a Pequenos Eventos Culturais. Serão distribuídos 40 prêmios, divididos em três categorias, que somam um investimento de R$ 750 mil reais. Para se inscrever, o evento cultural dos proponentes deve ter orçamento inferior a R$ 50 mil e se realizar entre março e dezembro de 2009.

Na categoria Pontos de Cultura e/ou organizações não-governamentais sem fins lucrativos, dez projetos selecionados receberão o prêmio de R$ 10 mil, cinco de R$ 25 mil e outros cinco de R$ 50 mil reais cada. A segunda categoria é a dos agrupamentos sociais informais. Nela serão distribuídos dez prêmios de R$ 10 mil e três de R$ 25 mil cada. Na última categoria, destinada a pessoas físicas da área cultural que tenham um termo de parceria firmado com algum Ponto de Cultura, cinco projetos ganharão o prêmio de R$ 10 mil e outros dois, de R$ 25 mil cada.

+info no edital e também nos anexos

terça-feira, 19 de maio de 2009

É cafona... Mas é bonito!

Biografia de Renato Russo apresenta perfil bem delineado do líder musical: poeta-músico-sonhador

Renato Russo, o trovador solitário

Por Giselle Lucena

Não é espetáculo teatral, cinema ou festival de música. Mas bem que a história poderia render uma peça, um roteiro e certamente, de trilhas sonoras estaria com recheio duplo. O personagem principal é Renato Russo, mas o enredo não é de Faroeste Caboclo ou Eduardo e Mônica. Em “O Trovador Solitário” (Ediouro), o vocalista de uma das mais populares bandas de rock do país aparece num perfil bem delineado: um poeta-músico-sonhador, do tipo que sofre, traduz a vida nas canções e não desiste de correr atrás dos sonhos – seja lá o que isso implique.

Legião Urbana - uma das bandas de rock mais populares do país

A biografia escrita por Arthur Dapieve, mostra um Renato Russo intelectual, não apenas um revolucionário roqueiro rebelde; não apenas mais um na lista dos “bons que morrem jovens”; homossexual e que tinha Aids. Renato Manfredini Jr. também foi professor de cultura inglesa, fã de música clássica e integrante de banda fictícia. O livro conta a vida do músico simultaneamente à produção dos discos da Legião Urbana, de temáticas políticas, pessoais, românticas, universais. O leitor que tem ou teve uma banda entenderá certas questões com mais facilidade; aquele que nunca teve, ficará louco para montar um grupo musical e entrar numa turnê (mesmo com tanta controvérsia no glamour que há em ser integrante de uma banda de rock).

O autor, Arthur Dapieve, é crítico musical, vice-reitor acadêmico e professor de Jornalismo da PUC-RJ. Também escreveu BRock: O rock brasileiro dos anos 80 (Editora 34), entre outros.

Respeito e ética: permitido para menores

Autor da biografia é jornalista é crítico musical

Mas como é escrever a história de um músico que não se sentia à vontade para tratar de temas como identidade sexual, dada a enorme parcela de crianças entre os seus fãs? Sobre alguém que tinha perfeita consciência da responsabilidade social de um artista? Para produzir a biografia, o jornalista Arthur Dapieve ficou atento às preocupações de Renato Russo e uniu ética jornalística e respeito ao músico que se sentia desconfortável no papel de novo porta-voz da juventude. Dapieve integrou a mesa redonda sobre Música, durante o I Congresso de Jornalismo Cultural realizado pela Revista Cult, em São Paulo, no início de maio. Na oportunidade, fiz algumas perguntas ao escritor, confira:

Quanto tempo foi gasto para a produção do livro, desde a pesquisa até a publicação?

Arthur Dapieve: O tempo entre a pesquisa propriamente para o livro e a publicação foi muito rápido, porque fez parte de uma coleção em que os livros eram produzidos em seis meses, e eu o escrevi em sete. Mas sem saber, iniciei essa pesquisa desde que comecei a escutar a Legião Urbana, que foi mais ou menos na mesma época em que eu estava começando como jornalista. Portanto, o primeiro show eu fui apenas como ouvinte, já o segundo já fui cobrindo. Eu não tinha como saber que todo aquele material iria um dia me servir como matéria de pesquisa, mas quando me convidaram para escrever a biografia do Renato Russo, eu aceitei, já tinha muito material e muitas entrevistas gravadas com ele que não foram aproveitadas por completo.

O livro é em grande parte fundamentado em fitas com entrevistas que você fez com o músico. Mas também foram feitas entrevistas complementares com familiares e amigos. Dessa forma, como selecionar as fontes mais confiáveis entre as tantas disponíveis, para escrever uma biografia de alguém tão popular?

Arthur Dapieve: Não só as mais confiáveis, mas aquelas que... Bem, eu queria fazer um perfil artístico, então não me interessava muito o amigo que era amigo de farra, a parte privada da vida do Renato não me interessava muito porque é uma parte que ele sempre procurou manter privada, e eu me sentiria traindo um personagem que eu conheci se eu tornasse o livro sensacionalista ou algo parecido. Então isso me impulsionou como um norte, pessoas que trabalharam com ele e que tiveram uma representatividade que não seja só porque trabalharam com ele. A maior parte das declarações do Renato Russo no livro foi prestada exclusivamente para mim. Fora isso, fiz cerca de 17 entrevistas complementares, em relação àquelas que eu já tinha feito com o músico.

Tendo como foco a vida profissional do artista, muita coisa já é eliminada. No entanto algumas questões pessoais são indispensáveis na história. Teve algo que o fez ponderar no meio do caminho: “eu publico ou não publico isso”?

Arthur Dapieve:
Não, porque até coisas que eu já sabia e que poderiam estar em outro livro eu decidi que não estariam nesse. Na noite de autógrafos no Rio de Janeiro eu respirei aliviado ao ver a quantidade de crianças que estava na fila. O Renato tinha muita preocupação em fazer músicas sem palavrão, para crianças, então eu acertei: ‘esse público aí vai ser contemplado’. E o público da Legião tem uma relação muito estreita com a banda, eles seriam os primeiros a rechaçar o livro se eu tivesse sido antiético, porque a Legião é, sobretudo, sobre ética.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sempre um Papo lança em Rio Branco o livro "Menina de Ontem”

Escritora Maura de Oliveira vai falar da infância difícil e da sua incrível vitória conquistada através de coragem e superação
*Por André Lima

A segunda edição do Sempre um Papo 2009 promove o lançamento de "Menina de Ontem", auto-biografia de Maura de Oliveira, seguido de um debate que aborda questões presentes no livro como a pedofilia, violência doméstica e a problemática da figura dos meninos de rua presentes em todo país. A convidada aproveita a ocasião para falar da obra "Primeiro Emprego Já", que escreveu ao lado de Robson Lobo, nesta terça-feira, dia 19, no auditório da Biblioteca Pública Estadual, a partir das 19h30.

Menina de Ontem
O enredo apresenta a vida da escritora que foi uma menina de rua e hoje carrega consigo uma história de conquistas. Ela cresceu sem qualquer tipo de referência familiar, devido as freqüentes mudanças que passou por lares desestruturados. Lutou contra a omissão, fome, a falta de recursos, o trauma da pedofilia, a humilhação da violência doméstica e o silêncio do medo.

O bárbaro, Jô, foi descobrir naquele dia que eles eram maus de verdade (depoimento sobre uma das famílias que a criou). Eu descobri e a minha vida foi assim, calada. A cada momento eu nunca falava, nunca chorava! Jamais e nunca fui mal-criada ou desobediente! Eu conversava com a lua, com as estrelas, no meio da noite eu tava lá no quintal. Era ali que eu chorava, era ali que eu conversava com Deus”, Maura de Oliveira em entrevista no Programa do Jô.

A segunda família da adolescente foi transferida para uma vila militar em Rio Branco por conta do trabalho de seu pai adotivo. Nesse ponto surgem as primeiras oportunidades de mudança para todo o sofrimento que ela havia passado. Sem o conhecimento dos familiares começa a vender doces e a dar aulas de alfabetização para as empregadas domésticas que trabalhavam na vila onde morava e assim começou a juntar o próprio dinheiro.

Ao completar 16 anos foi ao encontro dos seus direitos, sempre as escondidas temendo a retaliação dos pais adotivos, e encontrou aquele que considera como um verdadeiro pai pelo cuidado que teve com o seu caso. Adherbal Maximiano, na época presidente da OAB do Acre, deu voz a Maura. Munido com todos os procedimentos legais tirou-a da família que a molestava e concedeu o direito de sua permanência na cidade para que pudesse concluir os estudos e ter a chance de um futuro digno.

Dessa forma ela conseguiu um desfecho diferente em sua história de vida, contrariando as probabilidades que mostravam vários caminhos, menos o da vitória. Fundou um curso pré-vestibular, foi docente do SENAC e trabalhou na Secretaria de Educação do Estado e Assembléia Legislativa do Acre após o resultado de aprovação em um concurso.

Eu não podia estudar naquela casa... Eu esperava que todos dormissem e fingia que estava dormindo. Eu ia no quarto e via todo mundo roncando e então eu ia pra cozinha, abria a geladeira e estudava com a luz da geladeira, na porta da geladeira... Acreditava que a única forma que eu tinha de mudar aquele destino seria primeiro sendo uma pessoa inteligente, assim provaria pra todos que eu poderia mudar aquele destino que, aparentemente, já estava traçado pra mim”, Maura de Oliveira - Programa do Jô.

O trabalho e o reconhecimento
Maura de Oliveira é fundadora da ONG Life (RJ), que recruta camelôs do Rio de Janeiro para o mercado formal de trabalho, atua na coordenação de projetos sociais, consultoria de marketing, ministra cursos profissionalizantes, palestras motivacionais e ainda realiza outras ações. A trajetória instigante dessa mulher chamou a atenção da mídia, possibilitando a sua participação em programas de TV como o Hoje em Dia, Superpop e Programa do Jô.

ONG Life
A Sociedade Beneficente Life atua desde o ano 2000 com o auxílio de crianças, jovens e adultos que vivem num perfil de exclusão social na cidade do Rio de Janeiro. O trabalho envolve uma preocupação que privilegia a cidadania, saúde, educação e meio ambiente com o desenvolvimento e implementação de projetos inovadores com características multiplicáveis e metas reconhecidas, que se tornaram referências nas áreas de atuação.

A Life conduz a área social com extremo rigor e diferencia-se pela qualidade e postura diante da problemática que assola o nosso país e que impede que ultrapassemos os indicadores de uma educação retraída com alto índice de analfabetismo e subdesenvolvimento. Os projetos, visto pela ótica de médio e longo prazo, direciona a uma posição de destaque no cenário de uma sociedade mais justa.

Maura de Oliveira ajudou a mais de cinco mil pessoas que, através dos cursos e ensinamentos, obtiveram uma melhoria de vida. Em suas palestras, utiliza as experiências vividas como fator de motivação para a comunidade.

Realização
O Sempre um Papo é uma ação desenvolvida por Fred Perillo e AB Comunicação e tem o apoio do Governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour. Entrada gratuita.

+info: Auditório da Biblioteca Pública Estadual - Av. Getúlio Vargas, 389 - Centro - Tel.: 3223-1210 - Entrada gratuita

*escrito com base em informações disponíveis no site de Maura de Oliveira
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Confira a entrevista da escritora no Programa do Jô
Primeira parte - Segunda parte - Terceira parte

sábado, 16 de maio de 2009

Cia. Cacos de Teatro apresenta peça de Fernando Pessoa.

*Por André Cézar

O projeto Sesc Amazônia das Artes nasceu com o objetivo de facilitar o intercâmbio entre os artistas da região amazônica. E é por essa idéia que a Companhia Cacos de Teatro do Amazonas tem a oportunidade de apresentar neste sábado, dia 16, em Rio Branco o espetáculo "O Marinheiro" de Fernando Pessoa. No palco estão Dyego Monnzaho e Taciano Soares que também assinam a direção.

O grupo recentemente organizou em Manaus o "I Festival Breves Cenas de Teatro", um encontro com o intuito de apresentar 10 cenas, cada uma de 10 a 20 minutos, realizado no mês de março deste ano. O encontro contou com oficinas de teatro abertas para a comunidade.

Sinopse - Na peça, ambientada sem referência de época, três donzelas velam o cadáver de uma quarta no interior de uma torre. Presas à realidade, têm como fuga para a liberdade o sonho a própria morte. A aproximação do dia traz uma vontade desesperadora de "acordar" e ver que tudo não passou de um sonho... Quando fala do sonho o autor faz referência ao seu processo de criação literária, tendo como ponto de partida a criação dos heterônimos, que acabam confundindo-se na essência do dramaturgo e, talvez, até anulando-a.

Os heterônimos estão irremediavelmente ligados entre si, como por um fio que inevitavelmente altera-lhes as posições ao ser tocado. Tem-se a sensação de que as personagens manifestam uma vontade de viver independente e questionam suas existências, sensações e suas experiências.

Elas querem descobrir que mão, que ser, que mentalidade as criou, para poder então solucionar uma questão comum entre os seres reais: Quem sou? Por quê? Para onde vou? - perguntas aliás, que todos nós fazemos em algum momento de nossas vidas. Fernando Pessoa, nesta peça, sugere que nos conformemos com nossas vidas e nos deixa uma reflexão ao colocar seus personagens tão vivos como nós, e nós tão "fictícios" quanto eles.

Esther Repulho

Vale a pena conferir a montagem que tenta ir por um caminho inverso ao original da peça, trazendo homens nos papéis femininos. Bom Espetáculo!

Mais informações no blog da Cia. Cacos [http://ciacacosdeteatro.blogspot.com]

+info: Teatro de Arena do Sesc - Avenida Brasil, 173 - Centro - Tel.: 3212-2828 - Espetáuculo: O Marinheiro - Dia 17 (sábado) - às 20 horas - Ingressos a R$ 10 reais e R$ 5 reais com apresentação da carteira de estudante

*André Cézar é acadêmico do curso de Jornalismo da UFAC e ator do grupo TudoNumaCoisaSó

Ao Vivo n'Aldeia entrevista a banda Capuccino Jack

O programa que foi sucesso em 2008 volta em nova edição com estréia neste sábado
Por Giselle Lucena e André Lima
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Os ouvintes da Rádio Aldeia FM estão convidados a sentir a magia de um show ao vivo pelas ondas do rádio com a estréia da segunda edição do Ao Vivo n'Aldeia. A atração vai ao ar a partir das 17 horas deste sábado, dia 16, comandada por Aarão Prado e o público vai poder conhecer um pouco mais sobre a proposta musical de André Barrozo, Hugo Costa, John Oliveira e Handreh, integrantes da banda Capuccino Jack.

Os artistas encaram o desafio de apresentar-se para o público num formato bem diferente, transformando os estúdios da rádio num espaço de interação entre músicos e amantes da música acriana. O objetivo do projeto é apresentar o talento e composições dos músicos acrianos, expor suas opiniões sobre música, produção cultural dentre outros assuntos que surgirem durante o bate papo.

Uma banda que sonha
As letras da Capuccino Jack abordam com simplicidade diversas situações e temas do cotidiano numa linguagem ampla e lírica, envolvidas por melodias elaboradas e delicadas que carregam um peso existencial. A banda almeja se consolidar através do trabalho autoral que desenvolve, conectada pela sintonia musical e amizade que servem para unir e inspirar seus integrantes neste doce segmento da arte.

Currículo
A Capuccino completou dois anos em março de 2009. Nesse período acumulou apresentações em diversos festivais e projetos como o No Balanço da Catraia, Concha Acústica, Grito Rock Acre 2008, Grito Rock Tarauacá 2008, Semana Varadouro, Festival Chico Pop, Espaço Alternativo Palhukas, UFAC, lançamento do CD Canta Tião: Um Canto à Natureza, Festival Anatote, III Rock Solidário e outros.

Ao Vivo n'Aldeia 2008
No ano passado foram realizados 15 programas que mostraram ao público a vivência e a trajetória musical de Verônica Padrão, Los Porongas, Heloy de Castro, Filomedusa, Marlton, Camundogs, Capu, Kelen Mendes, Graça Gomes, Álamo Kário, Mapinguari Blues e Calango Smith. A edição 2008 serviu para fazer um registro da música acriana, além de ter promovido o incentivo a discussão e reflexão, entre músicos e ouvintes, sobre os movimentos culturais.

O público

Os ouvintes podem participar do programa enviando perguntas e fazendo pedidos musicais pelo telefone 3223-6280 ou por MSN [aldeiafm@ac.gov.br]. A Rádio Aldeia FM dispobibiliza sua programação também pela internet no endereço www.ac.gov.br/aldeiafm.

+info: Ao Vivo n'Aldeia - Rádio Aldeia [96,9] - Capuccino Jack - Neste sábado, dia 16, a partir das 17 horas - Realização do Governo do Acre, através do Sistema Público de Comunicação

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Jornalismo Cultural em crise e fora de foco: Que cultura é essa?

GISELLE LUCENA

O jornalismo cultural brasileiro está em crise. O saudosismo é inevitável: “nada é mais como era antigamente”, nem o jornalismo seja lá de qual gênero for. E se o The New York Times está com os dias contados, certamente toda e qualquer redação de jornal está num clima nada favorável. Se ter essa consciência é um bom começo para reverter a situação, muitos adeptos ao jornalismo de cultura iniciaram a tarefa de casa. Realizar o “I Congresso de Jornalismo Cultural” foi um bom começo, mesmo sendo apresentado com este nome pretensioso e um tanto autoritário.

Congresso foi realizado pela Revista Cult, em SP

O evento promovido pela Revista Cult na primeira semana de maio em São Paulo, reuniu gestores culturais, jornalistas, professores e artistas para expor opiniões, angústias e expectativas em relação a este segmento jornalístico. Foi uma estratégia inteligente para se ter – ou chegar perto de – debates polêmicos e com diversidades de opiniões. Já que assim, foi dado espaço para os “vários lados” do mesmo fato, como ensinam os velhos preceitos jornalísticos.

Mas toda vez que se fala em cultura é preciso se perguntar que cultura é essa. Os conceitos e formas de abordagens de São Paulo são culturalmente diferentes dos de Rio Branco, por exemplo. Nesse sentido, o I Congresso de Jornalismo Cultural deixou a desejar talvez pela amplitude que o título sugere. Palestras e mesas redondas foram, na grande maioria, voltadas apenas à crítica cultural que, de fato, é um gênero polêmico, mas não o único dentro de um universo de possibilidades chamado: Jornalismo Cultural.

Aula-show com José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski

Pois bem, falemos de crítica cultural – ou, melhor: crítica de produtos culturais. Cinema, música, literatura, teatro e artes plásticas, cada um teve a sua mesa redonda específica. É difícil, mas temos que reconhecer: se já não temos boas críticas culturais, é porque também já não temos bons produtos culturais e nem consumidores mais seletivos. Parece radical, mas não é.

“A crítica de literatura está enfrentando o mesmo problema da própria crise literária”, afirmou Manoel da Costa Pinto, editor do Entrelinhas e apresentador do Letra Livre, ambos programas da Tv Cultura, e também colunista do jornal Folha de S. Paulo. Segundo ele, “com a proliferação dos meios e espaços, os escritores não têm mais filtros para a publicação de livros”. O crítico de literatura da revista Veja, Jerônimo Teixeira, também tem opinião semelhante. “Se há uma idade de ouro, talvez estejamos vivendo o período mais burro da história. (...) Não temos mais parâmetros estéticos para dizer o que é bom ou ruim”, diz ele.

Crítico de literatura da revista Veja afirma que estamos vivendo o período mais burro da história

Ora, voltemos ao tempo de antigamente, aquele dos bons jornalistas e críticos culturais: os escritores passavam anos para lançar um livro, mas hoje, com a quantidade de editoras, com a internet, qualquer um coloca um livro para circular por aí. O mesmo pode se aplicar à música, pois qualquer grupo musical tem a oportunidade de divulgar suas produções com facilidades nunca vistas antes. Em plena Rio Branco de 1980, o já falecido jornalista cultural Chico Pop, dizia que para gravar um disco não era mais preciso ser bom, bastava ter dinheiro. Mas hoje, caro Chico, nem dinheiro é mais necessário.

De qualquer forma, cada produção cultural tem a sua dinâmica que também precisa ser levada em consideração. A obra cultural em si é apenas uma das inúmeras pautas para caderno de cultura. “Mais importante que discutir um filme, é discutir ferramentas e mecanismos de financiamento, distribuição e circulação”, disse Sérgio Rizzo, professor da Mackenzie e crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo.

Alunos concentrados no TUCA, o teatro da PUC-SP, um espaço de resistência democrática cultural e política

Mas eu prefiro ir mais além, pois muito mais que pensar a qualidade de conteúdo de uma crítica cultural, é preciso pensar qual a finalidade dessa crítica: incentivar o consumo de produtos e bens culturais (promover o incentivo à leitura, por exemplo)? Qualificar os consumidores tornando-os mais exigentes? Ou ainda, fortalecer a produção cultural, sendo um alicerce para os artistas que são diariamente estimulados a desistir? O desafio é pensar isso tudo levando em consideração a dinâmica do mercado e da própria produção jornalística.

Se o “jornalismo cultural é um projeto de vida”, como afirmou Cida Golin, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, é porque é preciso uma toda-vida para se preparar, é mesmo uma questão de mais cultura, de experiência, conhecimento e, acima de tudo, estratégia e responsabilidade para falar de algo que engloba qualquer coisa ou nada ao mesmo tempo, dependendo da sua própria cultura.

Transamérica marca comemoração do Dia Mundial de Combate a Homofobia

Filme mostra uma personagem transexual em busca do sonho de sua vida

O Cinema do Mundo é um ponto de difusão do audiovisual que trabalha com a idéia de estimular e fomentar o público neste tipo linguagem, através da vivência com a sétima arte. O projeto partiu de uma iniciativa do Governo do Acre, através da Fundação Elias Mansour, em parceria com a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Acre (ABDeC/AC), que é realizado durante todas as quintas-feiras do ano, a partir das 19 horas, no Cine+Cultura Hélio Melo com entrada gratuita.

Em razão do Dia Mundial de Combate a Homofobia - dia 17 de maio - a Associação de Homossexuais do Acre (AHAC) e o Núcleo de Direitos Humanos e Combate a Homofobia (Nudicho) participam especialmente do Cinema do Mundo com a escolha do filme desta semana, que comemora a proximidade da data com a projeção da temática LGBT na telona nesta quinta-feira, dia 14.

Transamérica



O filme tem direção e roteiro de Duncan Tucker que mostra o drama vivido por uma personagem transexual. Bree Osbourne (Felicity Huffman) está prestes a realizar o maior sonho de sua vida: uma cirurgia para mudança de sexo que finalmente a tornará mulher. Porém, descobre que um jovem preso em Nova York provavelmente é seu filho e resolve soltá-lo fingindo ser uma missionária cristã. Bree convence o rapaz a ir com ela para Los Angeles e nessa viagem a trama começa a se desenrolar cheia de altos e baixos.

*Prêmios
Recebeu duas indicações ao Oscar como Melhor Atriz (Felicity Huffman) e Melhor Canção Original ("Travelin' Thru"). Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz - Drama (Felicity Huffman), além de ser indicado na categoria de Melhor Canção Original ("Travelin' Thru"). Vendedor de dois prêmios no Independent Spirit Awards -Melhor Atriz (Felicity Huffman) e Melhor Roteiro de Estréia - e ainda foi ainda indicado na categoria de Melhor Filme de Estréia. Recebeu o prêmio de Melhor Atriz (Felicity Huffman), no Festival de Tribeca.

*Curiosidades
- A idéia do roteiro de Transamérica surgiu após uma conversa entre o diretor e roteirista Duncan Tucker e a atriz transexual Katherine Connella. Enquanto conversavam sobre a percepção feminina e masculina, Connella surpreendeu Tucker ao lhe contar que havia nascido homem, sendo que os dois já haviam dividido a mesma casa por quatro meses sem que o diretor desconfiasse que ela fosse transexual.
- Esta é a estréia de Duncan Tucker como diretor de longa-metragens.
- Este foi o 1º filme adquirido pelos irmãos Harvey e Bob Weinstein após a saída deles da Miramax.
- Felicity Huffman teve que concluir suas cenas antes do período agendado, devido à sua contratação para estrelar a série de TV "Desperate Housewives".
- A maior parte das roupas do figurino de Transamerica foi doada para caridade ou lojas de baixo preço, após o término das filmagens.
- O orçamento do filme custou US$ 1 milhão de dólares.

* retirado do site AdoroCinema

+info: Cine+Cultura Hélio Melo - Av. Getúlio Vargas, S/N - Centro - Tel.: 3224-2133 - Transamérica - Dia 14 de maio (quinta-feira) - às 19 horas - Entrada gratuita - , AHAC e Nudicho

Grupo instrumental UAKTI realiza show neste sábado e domingo

Alunos da Usina de Arte também participam do espetáculo que apresenta um trabalho inovador

O grupo mineiro UAKTI ministrou oficina de "Improvisação Musical" para os alunos dos cursos de artes plásticas, teatro e música da Usina de Arte João Donato no período de 4 a 8 de maio deste ano. Agora o público pode conferir o resultado desse trabalho com um espetáculo musical que vai ser realizado neste sábado e domingo, dias 16 e 17, no Teatro Plácido de Castro, a partir das 21 horas, com o UAKTI e os alunos que participaram da oficina.

A metodologia consistiu em apresentar aos participantes o repertório musical do grupo, noções de performance percussiva e arranjos folclóricos com a utilização de instrumentos acústicos, que reproduzem os sons da natureza, criados pelos integrantes do UAKTI com materiais diversos: tubos de PVC, metais, pedras, borracha, madeira, vidro, cabaças e até água.

Para isso o funcionamento de cada instrumento foi explicado e os alunos experimentaram novas formas de notação musical, além da aplicação de novas técnicas como as figuras geométricas que aceleram nitidamente o processo de linguagem dentro da música.

UAKTI
Nesses 28 anos de atividade o grupo realizou um trabalho inédito e inovador na área da música instrumental que repercutiu dentro e fora do país. Atualmente a sonoridade do Uakti pode ser encontrada em pelo menos 10 CDS gravador e distribuídos pelos selos Polygram e Point Music de Nova York.

O grupo trabalhou com grandes nomes da música como Paul Simon, The Manhattan Transfer, Philip Glass, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Skank, Zélia Duncan, Maria Bethânia e Grupo Corpo. Participou e realizou diversas turnês e apresentações nos Estados Unidos e Japão, compôs trilhas para balés e filmes de longa-metragem e ainda viraram tema do documentário "UAKTI - Oficina Instrumental" do diretor Rafael Conde, que retrata a experiência dos músicos com seus instrumentos.

Prêmios
UAKTI recebeu um prêmio do Ministério da Cultura em 1996 como Melhor Grupo de Música e a Medalha de Ouro do Prêmio Santista em 1997 na área de Artes.

+info: Teatro Plácido de Castro - Av. Getúlio Vargas, 2703 - Bosque – Tel.: 3224-6890 – Ingressos a R$ 5 reais e R$ 2 reais para estudantes – Realização Governo do Acre/FEM

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Show com o RB Trio

Paulinho Nobre (bateria), Charles Sampaio (guitarra) e Messias (baixo) do grupo RB Trio se apresentam nesta sexta-feira, dia 15, no Theatro Hélio a partir das 20 horas. O show tem ainda participação especial da cantora Verônica Padrão. Ingressos a R$ 5 reais.

+info: Theatro Hélio Melo - Av. Getúlio Vargas, S/N - Centro - Tel.: 3224-2133

Acre Metal Battle reúne cinco bandas de metal numa disputa

Evento faz parte do Wacken Brazil que vai levar o vencedor da edição nacional para a competição mundial na Alemanha
Por André Lima

Rio Branco sedia mais uma vez o Acre Metal Battle neste sábado, dia 16, com uma disputa entre as bandas acrianas de heavy metal Widlchild, Zebulom, Raw Ride, Stormriders e Revelation, além da participação especial da mineira Tuatha de Danann, que participou do Wacken Open Air 2005, na afeletro a partir das 18 horas.

A banda que for classificada ganha o direito de concorrer no Wacken Brazil 2009 no Rio de Janeiro, dia 24 de maio, com outros representantes de cada estado do país. Dessa nova seleção sairá um finalista que vai disputar a edição mundial no Wacken Open Air, com sede na Alemanha, que é considerado o maior evento do gênero à nível mundial.

É importante frisar que o Acre é o único da região norte que participa do projeto e no ano passado foi representado pela Survive, que ficou em segundo lugar na edição nacional com grande aceitação do público e da crítica especializada brasileira.

A realização do Acre Metal Battle deu-se através de contatos entre produtores locais e os organizadores do Wacken Brazil, o evento conta também com uma forte parceria com a revista Roadie Crew e apoios firmados com órgãos públicos e iniciativa privada.
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Por Mayara Montenegro
Thuatha de Danann
Formada em 1995, inicialmente com o nome de Pendragon, a banda mistura o heavy metal com influências de música folclórica medieval ou como alguns preferem, Folk Metal. No ano seguinte, a expressão da mitologia celta que denominava o "Povo da Deusa Danú" - seres encantados que dominavam a arte e a ciência, assim como a poesia e a magia - foi escolhida como nome oficial: Tuatha de Danann. Esses seres, com o cristianismo e passagem histórica, hoje são conhecidos popularmente como duendes, gnomos e fadas.

Os músicos
A banda é formada por Bruno Maia nos vocais, flautas, guitarra e violões; Rodrigo Berne, guitarra e vocais; Giovani Mendonça, baixo e vocais; Rodrigo Abreu na bateria e Leonardo Godtfriedt nos teclados e violino.

A Sonoridade
Desde a primeira Demo Tape, a banda já utiliza em seus arranjos instrumentos como flautas, violinos, bandolins, gaitas de fole, craviolas e harmônicas, tudo isso casado com o revezamento de vocais melódicos e gulturais e o peso do heavy metal. A identidade musical da banda é baseada na magia, delírio e construção lúdica da mitologia celta, tanto no som quanto nas letras.


O primeiro álbum da banda lançado em 2001, intitulado Tingaralatingadun, é descrito pela banda como "uma viagem à terra da magia, onde todos os elementos da natureza andam de mãos dadas", foi licenciado na Europa e obteve uma grande aceitação. Em 2002 veio The Delirium Has Jus Began, um trabalho experimental onde aprofundaram ainda mais a junção dos instrumentos eruditos e o heavy metal. Seguido do lançamento de Trova Di Danú, pela gravadora Paradoxx Music, que consagrou a característica do uso de instrumentos não comumente aplicados ao estilo.

O Wacken Open Air
A banda foi vencedora da seletiva nacional do Wacken Open Air no ano de 2005, participando do Metal Battle mundial na Alemanha com mais oito bandas de países entre França, Itália, Finlândia, Bélgica e Noruega. A Tuatha de Danann ficou em segundo lugar e levou o título de Melhor Banda Estrangeira a participar da competição.

Para conhecer melhor os "seres" da Tuatha de Danann acesse o myspace ou então assista a um vídeo da banda gravado ao vivo no CCSP (Centro Cultural São Paulo) aqui.
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+info: Acre Metal Battle - Associação dos Funcionários da Eletroacre (Afeletro) - Av. Antônio da Rocha Viana, 235 - Vila Ivonete - Ponto de referência: igreja Assembléia de Deus - Ingressos a R$ 10 reais e R$ 5 reais com apresentação da carteira de estudante

segunda-feira, 11 de maio de 2009

UFAC vai abrir inscrições para cursos intensivos voltados a comunicação com portadores de necessidades especiais

eu te amo
A UFAC oferece para toda a comunidade um curso de braile e outro de libras com inscrições de 19 a 21 de maio no Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas.

O NAI disponibiliza 80 vagas por curso, sendo o primeiro com carga horária de 80 horas/aula e o segundo de 100 horas. A iniciativa partiu do NAI e da Pró-Reitoria de Graduação.

+info: Núcleo de Apoio à Inclusão – Ao lado da lanchonete central da UFAC (antiga Livraria Paim) - Rodovia BR 364, nº 6637 (Km 04) – Distrito Industrial – Tel.: 3901-2500 (geral)

* escrito com informações de Elynalia Lima - acadêmica de Jornalismo da UFAC
e uma dos colaboradores do A Catraia Online
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