sábado, 27 de junho de 2009

Entrevista


Coordenador da ação “Cine Mais Cultura” vem a Rio Branco para participar do Seminário de Cineclubismo


Por Helder Cavalcante Jr.

O Ministério da Cultura (MinC) vem promovendo ações nos mais diversos segmentos artísticos para fomentar a difusão, acesso e formação das produções culturais do Brasil. Um do programas voltados programa o reconhecimento da cultura como necessidade básica é o “Mais Cultura”. Dentro deste programa existe ação voltada para o audiovisual chamada “Cine Mais Cultura”. Através de editais e parcerias diretas, a iniciativa disponibiliza equipamento audiovisual de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista, atendendo prioritariamente periferias de grandes centros urbanos e municípios.

Para falar mais sobre esse trabalho que tem rendidos bons resultados no Acre, o Seminário Circuito em Construção: Auto-Sustentabilidade Cineclubista contará com a palestra do coordenador executivo da ação Cine Mais Cultura, Frederico Cardoso. Em entrevista concedida via e-mail, Cardoso entra na questão da mudança no atual quadro de falta de acessibilidade às produções audiovisuais no Brasil, dando uma amostra do que vem por aí no seminário que será realizado nos dias 26 e 27 de junho, na Filmoteca da Biblioteca Pública Estadual.

* Frederico, como a ação Cine Mais Cultura trabalha para mudar o quadro da difusão do audiovisual brasileiro, onde apenas 8% do território nacional concentram todas as salas comerciais de cinema?

Dedicamos toda a nossa força de trabalho para periferias de centros urbanos e municípios com menor número de habitantes, por duas vias: editais (houve um nacional que contemplou iniciativas de 81 cidades de um universo possível de 100 e lançaremos editais em cada um dos estados signatários do Mais Cultura que solicitaram a ação Cine Mais Cultura - serão 13 já em 2009) e parcerias diretas (no Acre, por exemplo, em parceria, a Fundação Elias Mansour entrará com a compra dos equipamentos e o Cine Mais Cultura, que já capacitou os representantes de cada Cine, entrará com o conteúdo audiovisual brasileiro e investirá em mais 5 kits de equipamentos.

Dessa forma, o Acre é o primeiro estado a zerar o número de municípios sem sessões coletivas de audiovisual.). Nosso tripé de ação é disponibilizar conteúdo brasileiro, equipamento de projeção e levar a oficina de capacitação (esta, em parceria com o CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros).

* Qual é a importância das atividades cineclubistas como incentivadores do consumo e qualificação crítica da produção audiovisual no Brasil?

Penso que o modelo de trabalho cineclubista é o ideal, pois não significa somente passar filmes numa tela, mas também promover a integração das pessoas, de forma que pensem aspectos da obra apresentada, mas para além disso. É movimento social e pensa a sociedade de maneira muito mais ampla. O filme é o principal, mas também pode ser ferramenta ao mesmo tempo, trazendo outros assuntos para primeiro plano.

* A relação entre salas de aula e cinema ainda é baixa e, para agravar a situação, existem preconceitos sobre os professores que tentam utilizar de filmes para auxiliar na educação. Como você analisa essa realidade?

De maneira geral, ainda se pensa muito em utilização dos filmes a serviço das aulas, o que entendo, concordo, mas acho que deve ser mais que isso. Acho que as escolas poderiam pensar com mais intensidade em serem abertas para a sociedade em geral, funcionando como espaços de convergência social e cultural. Independente disso, um aspecto que não pode ser deixado de lado é o audiovisual ser uma forma de comunicação das mais importantes e presentes nas nossas vidas, sendo o cinema o pai de todas as "linguagens audiovisuais" que conhecemos hoje (basicamente tudo o que conhecemos hoje tem origem direta no início do cinema). Não querer utilizar material audiovisual é, a meu ver, negar a participação nas trocas de informação.

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